Por Gilmara Vesolli, sommelière da Casa do Vinho - Famiglia Martini
Oba, oba! Chegou a hora! Depois de 4 longas semanas você finalmente vai chegar na parte mais gostosa da degustação: a análise ou observação gustativa.
Oba, oba! Chegou a hora! Depois de 4 longas semanas você finalmente vai chegar na parte mais gostosa da degustação: a análise ou observação gustativa.
Mas antes disso vamos
dar uma passadinha pela visão. Com o vinho na taça, depois de fazer
a observação olfativa, perceba a cor. Ele pode ser branco, rosé ou
tinto. E em todas as cores há uma grande variedade de tons.
E também pode ser um
vinho espumante de qualquer uma dessas cores.
Perceba se ele é
límpido, se há partículas suspensas, se é brilhante ou não,
transparente ou não. Não julgue o vinho apenas pela aparência.
Aliás, não o julgue ainda nem mesmo pelo sabor. Depois de algum
treinamento é que você estará preparado para fazer isso.
Então leve o vinho à
boca, deixe que ele a envolva e pergunte a si mesmo se o vinho a
envolve por inteiro, se é “pesado”ou não, ou se não é nem
gordo nem magro (corpo).
Engula o vinho e
observe a reação da sua boca. Você salivou muito (acidez), não
salivou, a boca secou, esquentou (álcool), ficou áspera (taninos)?
Se fosse um tecido, qual seria? Jeans, seda, veludo?
Se o vinho é
espumante, como foi a “picada” que o gás deu em sua língua? E
depois de engolir o vinho, quais aromas e sabores você sentiu via
retronasal (retrogosto)? Eram aromas agradáveis? E quanto tempo
esses aromas duraram (persistência)? Qual o sentido da vida, do
universo e tudo o mais (se descobrir me conte)?
Parecem muitas
perguntas, e são. Se você preferir, anote todas as suas impressões
em um caderno. Isso ajuda a memorizar, a guiar e aperfeiçoar seus
métodos. Lembre-se que degustação não é ciência, muito menos
exata. Você pode criar sua própria forma de degustar. Fica a seu
critério escolher as técnicas que melhor irão se adaptar à sua
maneira de degustar. Nem sempre o que funciona para mim vai funcionar
para você. Não leve tão a sério normas, regras e manuais de
degustação. Não aceite tudo o que é dito sobre o vinho como
verdade.
Dispa-se de
preconceitos. Uma degustação perfeita é aquela em que não
comparecemos armados de clichês – e eles existem aos milhares. Não
tenha pressa. A cada garrafa aberta você adquire mais experiência,
mais “litragem”.
Me despeço com uma
dica de ouro: mantenha sempre a humildade diante do vinho. Ele com
certeza vai surpreendê-lo quando você achar que sabe tudo sobre
ele.
Merlot? Como assim?!
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