Por Luiza Martini, sócia da Casa do Vinho – Famiglia Martini
O clima na Europa em 2017 se
mostrou cheio de desafios para os produtores de vinho.
Primeiro, uma forte geada atingiu
a França causando grandes perdas, desde Bordeaux até a Alsácia.
Depois, uma onda de calor intenso
foi motivo de muita preocupação. A temperatura, na casa dos 40°C, influenciou
diretamente o calendário das colheitas em toda Europa. Em muitos locais as
colheitas aconteceram com mais de 15 dias de antecedência.
Na Itália, a região Centro-Sul
(Toscana, Umbria, Abruzzo, Puglia e Sicilia) foi a mais afetada. As perdas foram
enormes e a queda nos rendimentos deve chegar a 35%. Na França, a queda na
produção pode chegar a 30% na região do Languedoc. Em La Mancha, na Espanha,
este número pode chegar a 35%.
O verão, muito quente e seco,
diminuiu a chance de aparecimento de doenças, já que a maioria delas se associa
ao apodrecimento das uvas. De forma
geral, a safra foi menor, porém de ótima qualidade, com uvas saudáveis e boa
maturação. Vamos aguardar!
Em Portugal, não foi diferente.
As colheitas se anteciparam bastante. Eu pude conferir in loco todo o processo de fermentação das uvas recém-colhidas. O
resultado foi positivo e a expectativa é de vinhos de ótima qualidade, dos mais
simples aos mais especiais.
Muitas vezes, pensamos em safras
boas ou ruins associadas aos vinhos melhores. Na realidade, as safras se
refletem ainda mais nos vinhos de base e intermediários. Isso porque os vinhos
topo de linha são sempre os que recebem os maiores cuidados, em melhores
vinhedos e a melhor seleção de uvas. Ou seja, no geral são sempre bons!
Exceções aos raros que quando as condições são muito adversas acabam nem sempre
sendo produzidos. Já nos vinhos de entrada e segundos-rótulos, as melhores
condições da safra dão resultados bem mais aparentes.
Enquanto aguardamos os vinhos da
safra 2017, vamos aproveitando os vinhos deliciosos e prontos para consumo que
se encontram em nossas prateleiras!
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