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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Entenda os Cortes

Por Luiza Martini, proprietária da Casa do Vinho - Famiglia Martini

Corte, Blend, Assemblage...
Você provavelmente conhece ao mesmo um destes termos, mas você sabe o que significa?
Em português dizemos que um vinho é um corte quando é feito de mais de uma variedade de uva. Um clássico corte bordalês é composto principalmente de uvas Cabernet e Merlot. No sul da França é comum combinar uvas como Syrah, Grenache e Mouvédre. Os Chianti complementam a Sangioveses (mínimo 70%) com Cabernet,Canaiolo e/ou pequenas quantidades de outras uvas locais.

Mas porque fazer um corte? Como fazê-lo?

Definir um corte é uma arte e permite o enólogo exercer um pouco, ou melhor, muito de sua criatividade. Ele exige muita habilidade para conseguir o equilíbrio perfeito. Definir as quantidades é o momento mais crítico e difícil do processo. As uvas são, geralmente, fermentadas separadamente, e a ‘mistura’ das uvas pode ser feita antes ou depois do envelhecimento em barris (quando for o caso). Algumas uvas demandam de períodos diferentes de estágio em barricas. O processo feito anteriormente demanda ainda mais do conhecimento do enólogo, pois não dá margem a erros. As provas são feitas com os vinhos ainda muito jovens e é necessário imaginar como será o resultado depois de todas as mudanças pelas quais ele passará durante o envelhecimento.

As uvas usadas na composição de um vinho, muitas vezes dependem da regulamentação regional. Para que um vinho receba a denominação local (DOC, AOC, etc) as uvas utilizadas tem que estar entre as permitidas e dentro de um parâmetro de quantidades pré-estipuladas. Por exemplo, um Chateuneuf-du-Pape usa até 14 uvas diferentes (entre brancas e tintas) em sua composição, mas existem variações de quantidades e quais o produtor resolveu usar no corte.

Curiosidade: você sabia que alguns vinhos podem ser corte, mesmo que no rótulo conste apenas uma uva? Isto depende da legislação de cada país. A quantidade de ‘outras uvas’ pode chegar a até 20%.

Algumas pessoas ainda questionam qual o melhor vinho, o monovarietal (de uma só uva) ou o corte? Não existe resposta para esta pergunta. Um casamento bem feito de uvas complementares pode proporcionar vinhos complexos, de muitas camadas. Vinhos monovarietais exploram o que a casta tem de melhor como os Barolos, Brunellos, Borgonhas e tantos outros. Não se limite, experimente!

Infográfico mostrando os diferentes cortes de vinhos
Para ampliar, clique na imagem


A sugestão da semana é um corte do Marche onde as uvas são envelhecidas separadamente por períodos diferentes, coforme a necessidade de cada uma.


    

Velenosi Brecciarolo Gold Rosso Piceno Superiore DOC 2007

Região: Marche
Uvas: 70% Montepulciano, 30% Sangiovese
Amadurecimento: afinamento em barricas de carvalho novo por aproximadamente 24 meses.
Vermelho rubi com reflexos granada. Bouquet intenso com toques de baunilha e frutas vermelhas. Palpitantes notas de groselha, alcaçuz, tabaco, canela e noz-moscada. Na boca, seu sabor persistente, quente e encorpado, faz este vinho marcante e harmônico ao mesmo tempo.
Harmonização: pratos à base de carnes assadas ou grelhadas com molhos vermelhos encorpados.
Teor alcoólico: 13,5°
Gambero Rosso: 2 Bicchieri Rossi

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