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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Diário do Tour enogastronômico por Portugal

Por Luiza Martini, sócia da Casa do Vinho – Famiglia Martini

De 22 a 30 de outubro, tivemos o prazer de levar e fazer companhia a um grupo de brasileiros em um passeio inesquecível pelo norte de Portugal.

Agora, divido com vocês a experiência, culturalmente riquíssima, nesse diário do passeio.
Nosso tour enogastronômico foi preparado com muito carinho, a seis mãos. Nossa “equipa” ficou cerca de um ano estudando rotas, passeios, restaurantes e as melhores opções de entretenimento na área da enogastronomia.

Só tenho a agradecer aos meus super parceiros: João Carvalho, do grupo DFE - nosso parceiro, que com todo conhecimento, alegria e profissionalismo (nosso coração em Portugal) fez todas as pontes e parcerias para que tudo funcionasse perfeitamente, e Carolina Vilella, da agência Taste The World, que me convidou para este desafio de montar uma viagem personalizada para os amantes do vinho e tornou este sonho possível. E a todos os companheiros de viagem, as 15 pessoas que embarcaram nesse grande sonho conosco.
Vou contar um pouquinho de como foi a nossa viagem e, ser der vontade de ir, 2018 tem mais!

Dia 22 de setembro – Porto

O primeiro dia foi intenso! Para que descansar com tanta coisa bacana para fazer, tanto para aprender e degustar?



Chegamos a Porto perto do meio-dia. Malas no hotel e como ainda tínhamos um tempinho antes de fazer o check in fomos para um almoço rápido no O Conga, restaurante de petiscos típicos portugueses. Provamos alguns, como o Papas de Sarrabulho, as famosas Bifanas e a, não menos famosa Francesinha.
Tempinho para descansar e fazer o check in, seguimos para o Instituto do Vinho do Douro e do Porto (IVDP), num prédio histórico maravilhoso no centro do Porto. Manoel, provador oficial do Instituto, atenciosamente nos levou para conhecer todas as instalações, inclusive laboratórios, salas de prova e, claro, sala de degustação. Foi lá que fizemos uma degustação harmonizada de três diferentes tipos de vinhos do Porto: branco seco, tawny 10 anos e ruby LBV 2011, sob a orientação do próprio Manoel. Aula didática, prática e muito saborosa!
Para finalizar o dia em grande estilo, em Vila Nova de Gaia, fizemos um tour guiado na Graham’s com degustação de Porto Tawny 20 anos e LBV 2011. Na espera para o jantar no restaurante Vinum, drink de Porto com tônica, apreciando a deslumbrante vista da cidade do Porto. O jantar foi maravilhoso desde as entradas até a sobremesa e sempre regado a vinhos também deliciosos!
Voltamos para o hotel cheios de novas experiências, conhecimentos e novos amigos. O entrosamento do grupo foi perfeito.

Dia 23 – Porto

Depois de uma noite bem dormida para recuperar as energias, nada como uma aula de culinária seguida de almoço, tarde livre para passeio e jantar de frutos do mar e peixes!


O segundo dia começou mais tranquilo, para que o grupo pudesse se refazer da viagem. O primeiro compromisso foi uma aula de culinária no badalado restaurante Oficina do Chef Marco Gomes. Ele mesmo nos recebeu com exclusividade para ensinar uma receita maravilhosa, passo a passo, dentro de sua cozinha. Não é para qualquer um!
Depois da aula, que ainda incluiu dicas do Marco para o preparo de bacalhau, sentamos para o almoço. A entrada foi a mais pedida do restaurante e assinatura do chef: ‘ovo’ de foie gras recheado de compota de figo em casca de chocolate branco em ninho de alho-poró. Que espetáculo! Os pratos principais e sobremesa - fantásticos, ficaram à altura da entrada. Todos harmonizados com vinhos da Quinta do Soque. Verdadeira experiência enogastronômica!
A tarde foi livre para quem quisesse curtir um pouquinho do Porto ou descansar para o jantar. A farra não tem fim! Fomos para Matosinhos no terraço do restaurante O Valentim para nos deliciarmos com peixes e frutos do mar. Percebes, polvo, lula, sardinhas e um delicioso dourado. Harmonização maravilhosa com o vinho branco da Quinta dos Poços.

Dia 24 - Minho

Dia repleto de experiências enogastronômicas!



O dia foi reservado para conhecermos um pouco do Minho e dos vinhos verdes. A primeira parada foi na Quinta dos 9, projeto de família do enólogo Antonio Rosas da 2PR. Rosas é um mestre e, com toda sua didática, nos apresentou as vinhas, contou histórias e explicou sobre o processo de cultivo. Depois, conhecemos suas novas instalações e equipamentos para vinificação, sempre com Antonio nos dando uma boa aula!
De lá partimos para almoçar na Confraria do Pudim Abade de Priscos. Espumante da Quinta dos 9 para nos recepcionar, deliciosos petiscos e uma aula de preparo do famoso pudim com Albina, uma expert no preparo da iguaria. O almoço foi uma festa! Cabrito assado no forno à lenha, muitos vinhos, finalizando com o pudim harmonizado com o vinho da Madeira Barbeito Boal 10 anos. Que espetáculo! Além de aprendermos a fazer esta delícia, fomos entronizados pelas mãos de João Carvalho, do Grão Mestre e do Presidente da confraria.
A farra não acabou por aí. Da confraria, fomos para a Quinta da Lourosa, onde pudemos conhecer a paixão com que seus donos fazem seu trabalho. Todos recebidos com muito carinho pela Joana e seu pai, Rogério de Castro, professor e conceituado cientista no estudo da vinha.
O dia, ou melhor, a noite, terminou no moderno e lindo Hotel Monverde, para um banquete. Fomos recebidos por Diogo, responsável pelo marketing da Quinta da Lixa, que nos deu o prazer de sua companhia durante o delicioso jantar harmonizado com seus vinhos.
Dia longo e bastante produtivo.

Dia 25 – Douro

Douro! Douro! Douro!


O quarto dia começou cedo. Pegamos o trem na maravilhosa Estação São Bento (considerada uma das mais lindas do mundo) com destino a Peso da Régua. Paisagens lindas pelo caminho.
Em Peso, passeio pelo museu do vinho do Douro para uma boa introdução, seguido de almoço num acolhedor restaurante local, acompanhados pelos enólogos da 2PR: Antônio Rosas, Filipa Pizarro e Flávia que nos apresentaram os novos vinhos do grupo, o 2PR reserva, o Iter (projeto da Filipa) e o 2PR Grande Reserva, magníficos!
De lá seguimos para a Quinta do Tedo, onde fomos recebidos pelo competentíssimo enólogo da Quinta, Jorge Alves! Visitamos o túnel/adega escavado na montanha, que está em processo de finalização, que tem como finalidade abrigar as barricas e as garrafas da Quinta do Tedo. Fizemos provas de vinhos ainda em estágio nos tonéis de carvalho e depois seguimos para o terraço, onde Jorge nos orientou numa degustação de seus vinhos secos Colheita, Reserva e Grande Reserva além dos Porto Tawny 20 anos, LBV 2011 e Vintage 2015! Uau!
De lá, alguns minutinhos de descanso no hotel para mais uma experiência enogastronômica: jantar no badalado Hotel Six Senses. Foi um verdadeiro estimulo aos sentidos: drink Porto/tônica, petiscos deliciosos e um banquete dos deuses com os vinhos não menos deliciosos DFE (Douro Family Estates) - um luxo! O destaque ficou para a novidade do grupo DFE, um vinho feito em parceria com uma produtora de vinhos italianos da região da Toscana. O Douscana é um corte de Touriga Nacional e Sangiovese. E não é que a combinação ficou incrível?

Dia 26 – Douro

Para os amantes do vinho uma verdadeira imersão. Quanto aprendizado! Muitas experiências fabulosas num só dia.


Para a visita muito especial na Brites Aguiar, todos preparados, com direito a camisas personalizadas, já que iríamos passar por uma série de provas e acompanhar processos onde poderíamos nos manchar de vinho. Talvez tenha sido aí o momento mais especial da viagem para os amantes do vinho. O mestre Antônio Rosas nos preparou uma aula prática sobre a fermentação. Pudemos acompanhar todo o processo, desde o preparo das leveduras e sua introdução na cuba que estava pronta para começar a fermentação, a medição do peso do mosto e avaliação de cada estágio da fermentação. Experiência rara para quem é de fora do mundo da enologia e muito enriquecedora. Uma aula para lá de especial. E não parou por aí. Além das provas do mosto em cubas, provamos os vinhos que estavam estagiando em barricas de carvalho e finalizamos com os magníficos Bafarela Grande Reserva e Brites Aguiar 2014. Que espetáculo!
A segunda parada foi para um almoço na aldeia vinhateira de Trevões em companhia do produtor Antonio Alfredo da Quinta das Bajancas. Sua simpatia, simplicidade e receptividade são únicas. A comida acolhedora com pratos típicos e deliciosos. Para as harmonizações, começamos com o Bajancas Reserva Branco e depois os Bajancas tintos Colheita e Reserva. Para variar, todos incríveis. Aproveitando que estávamos em companhia de Antônio, por que não visitar suas vinhas e conhecer de perto seu trabalho? Todos na traseira de pequenos caminhões, destes que são usados nas colheitas, bem rústicos mesmo, sentados nos caixotes que armazenam as uvas, prontos para um passeio de aventura e muita descontração.
Ah, o dia não terminou aí! À noite, jantar no refinado Hotel 5 estrelas Vintage House com um desafio: um jantar totalmente harmonizado com vinhos do Porto. Desafio e tanto, a experiência foi bastante interessante. Algumas harmonizações funcionaram melhor que outras, mas de forma geral instigante e deu o que pensar. Que dia!

Dia 27 – Douro

Vivenciando um pouco mais dos costumes e histórias de uma região tão rica.


Nada de cair na mesmice. Nossa saga continua! Começamos com uma visita à Quinta dos Poços. Como esta era bem próxima ao hotel, o desafio era ir caminhando por entre as vinhas locais. Sol forte e terreno acidentado deram uma mostra de quão árduo é o trabalho nos patamares e socalcos das vinhas do Douro.
Nos Poços, os proprietários Dr. Guimarães, D. Maria Luisa e a filha Luisa nos receberam com muito carinho. Quanto capricho! Fomos presenteados com uma divertida apresentação de teatro com um pouco da história local. Como não poderia deixar de ser, drink Porto/tônica e petiscos deliciosos: queijos locais, alheiras e morcela. Daí, seguimos para um almoço muito especial. O pranto principal foi um veado caçado por nosso anfitrião mor, João Carvalho. Harmonizado, claro, com os deliciosos vinhos da Quinta dos Poços. Que presente divino!
Do Colheita ao Reserva, para o Grande Reserva e terminando em grande estilo com o MGXXI Reserva da Família. Um show!
Para fazer a siesta, um passeio de barco pelo Douro. Banho tomado, destino de despedida do Douro: o famoso DOC do chef Rui Paula. Um banquete refinado com a presença de mais um produtor do grupo DFE, Antônio Vicente da Quinta do Soque. O menu estava incrível, uma viagem gastronômica que ficou ainda melhor com os vinhos do Soque. Rosas e Filipa também nos acompanharam neste encontro maravilhoso onde fomos apresentados a mais uma novidade, o vinho sonhado por João Carvalho, o Palanque. Vinho de personalidade com alma de caçador.

Dia 28, 29 e 30 – Dão – Bairrada – Fátima – Lisboa

Mais conhecimento e grandes experiências gastronômicas.



Seguimos com destino à Bairrada, com direito a uma parada no Dão. Nosso almoço foi em Santar onde, em companhia de Ana Paula, representante do grupo, conhecemos a Casa de Santar, suas vinhas, adegas e seu trabalho. Para encerrar nossa visita, um caprichado almoço no salão do imponente solar do sec. XVII restaurado pelo grupo.  De lá, seguimos para Coimbra. Noite livre para descanso, afinal, até agora nada de momentos de folga...
De manhã seguimos para o Buçaco. Visitamos o majestoso Palácio, hoje transformado em um hotel 5 estrelas, acompanhados por Antônio Rocha, responsável pelos vinhos do hotel, que nos apresentou, não só as instalações, como nos abriu as portas de sua impressionante adega. Vinhos históricos e muito antigos. Um espetáculo! E para melhorar fomos presenteados com um raro e especial vinho da adega, um Buçaco Vinha da Mata safra 2001. Finalizamos nossa visita com um passeio pela linda mata do Buçaco.


De lá seguimos para o famoso Pedro dos Leitões. E deu para entender o porquê de sua fama. Fomos recebidos por Felipe, filho de Pedro, que nos levou para fazer um tour completo. Foi ele que nos apresentou suas instalações e todo processo que vai desde o abate até o preparo, temperos e os fornos que chegam a assar impressionantes 150 leitões por dia. 

Antes do almoço, João pediu para que o sommelier do restaurante preparasse uma degustação às cegas de vinhos brancos de regiões que não visitamos para que nosso tour ficasse ainda mais completo. Não resisti e lancei um desafio. Já que era uma degustação às cegas, pedi ao sommelier que nos passasse o máximo de informações sobre os vinhos para que tentássemos identificá-los. Desafio difícil, um exercício de humildade.

Depois fomos para a mesa de almoço para mais um banquete. Entradas típicas a base de fígado e miúdos e como prato principal o aguardado leitão à Bairrada. Hummmmmm!
Completando nosso tour na Bairrada, uma degustação de espumantes da região com aula sobre o tema. Para finalizar, um jantar na vinícola design Quinta do Encontro. Ufa!


Quase todos ‘mortos’, malas prontas para nosso destino final, Lisboa. Parada estratégica no Santuário de Fátima, que está completando seu centenário. Momento de agradecer e refletir. E, finalmente, chegada a Belém onde o grupo se despediu. 

Foi uma viagem maravilhosa! Obrigada a todos que compartilharam dos nossos sonhos! Ano que vem tem mais!


Siga-nos no Instagram e veja mais fotos da viagem: @casadovinhobh

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Receita de Natal: Tender com Abacaxi Grelhado e Molho de Mostarda e Vinho

Simples de fazer, mas muito bonito e gostoso.



(foto: reprodução)

  • Ingredientes:

  • 1 abacaxi grande, do tipo pérola
  • 1 minitender sem osso (por volta de 1,3 kg)
  • 2 colheres (sopa) de mostarda tipo Dijon (se preferir, troque por Ancienne)
  • 4 colheres (sopa) de mel
  • 2 colheres chá de pimentas da sua preferência moídas na hora
  • 1 pimenta dedo-de-moça cortadas em rodelas finíssimas
  • 6 ramos de coentro picados
  • 200 ml de vinho branco seco de boa qualidade
  • Cravos da Índia

Modo de Preparo:

- Corte o abacaxi ao meio no sentido do comprimento e depois corte em tiras grossas. Reserve. 
- Em uma tigela, misture a mostarda com o mel, as pimentas, vinho e o coentro. 
- Faça cortes diagonais no tender para formar um tabuleiro de xadrez e coloque cravos entre os cortes. 
- Regue o tender com o molho, arrume em uma assadeira grande e leve ao forno moderado (180ºC), preaquecido, por 20 minutos, regando às vezes, com o molho da assadeira. 
- Retire do forno e coloque as fatias de abacaxi ao lado da carne. 
- Regue com o restante do molho, aumente o forno para 200°C (quente) e asse por mais 20 minutos ou até o abacaxi dourar. Sirva quente. 

Para acompanhar o prato, nada melhor que usar o mesmo vinho da preparação. Nossas sugestões são:

   


                                                            

sábado, 9 de dezembro de 2017

Terroir: Brunello di Montalcino

Brunello di Montalcino é o maior ícone da Toscana feito de 100% Sangiovese, mais especificamente do clone Sangiovese Grosso, desenvolvido por Ferruccio Biondi-Santi, inventor do Brunello, no fim do século IXX.

Hoje o Consórcio de Brunellos conta com mais de 200 produtores (www.consorziobrunellodimontalcino.it).
A riqueza se encontra na diversidade do terroir. Uma variedade que surge de diferentes solos, altitudes, inclinações, insolação e claro, da mão do enólogo.

Para entendermos um pouco melhor segue um mapa da região:

A área onde os vinhos de Montalcino são feitos encontra-se dentro dos limites do município de Montalcino. Um distrito de 24.000 hectares, dos quais apenas 15% é ocupada por vinhedos. É uma área muito bonita praticamente quadrada, cujos lados são delimitados pelos rios Ombrone, Asso e Orcia.

A colina de Montalcino é como um mosaico, devido à sua formação ao longo de diferentes eras geológicas. As áreas mais baixas são constituídas por solos relativamente frouxos, que se originaram no período quaternário devido ao fluxo ativo de detritos em uma camada profunda. Quando um move para cima, o solo se torna denso com formações rochosas, enquanto o estrato ativo afina, uma vez que estes são solos formados pela decomposição das rochas originais, ou seja, Marga e calcário.

Montalcino encontra-se a 40 km longe do mar em linha aérea e 100 km dos Apeninos. Seu clima é tipicamente mediterrânico, tendencialmente seco, mas com conotações continentais ocasionais, dado sua posição central entre o mar e os Apeninos centrais. Precipitações ocorrem principalmente na primavera e no outono (precipitação média anual: 700 mm). 

Queda de neve é possível durante o inverno em alturas acima de 400 metros. Nevoeiro, gelo e geadas tarde são raros nas linhas médias colina, fator, em parte devido à presença de vento, que fornece o melhor habitat para o crescimento saudável da vegetação. Monte Amiata, no Sul, com seus 1.740 metros de altura, protege o território de Brunello de perigos do clima, como tempestades de chuva e granizo.

O clima é predominantemente ameno durante toda a fase vegetativa da videira, com um elevado número de dias de céu limpo, importantes para o amadurecimento gradual e completo dos cachos.

A presença no território de encostas com orientação diferente, a modulação pronunciada das colinas e a lacuna altimétrica (de 120 a 650 metros acima do nível do mar) entre as áreas de vale e as terras mais no topo, determinam microclimas bastante variados, mesmo em áreas muito próximas umas das outras.

O método mais difundido de cultivo de videiras é o cordão de esporas, que é obtido por meio de uma poda curta (gemas duplas) de um número variável de ramos por videira.

Os terroirs de Brunello são cinco: Noroeste e Torrenieri; Montalcino; Tavernelle e Camigliano; Castelnuovo dell'abate; Sant'Angelo.

Noroeste e Torrenieri: na região noroeste, muitas florestas protegidas (então a expansão não é possível) e, frequentemente, as névoas e geadas primaveris de climas geralmente frios atrapalham a maturação e desencorajam novas vinícolas. Estas zonas produzem vinhos muito tânicos e os produtores devem prestar atenção para a escolha de porta-enxertos e clones capazes de combater essas condições hostis. Os melhores vinhos provêm de uma área limitada no topo da colina com solos melhores.

Montalcino: Muitos dos produtores de Brunello localizam-se ao norte e ao sul, próximos do centro da cidade. Muitas empresas são muito pequenas. Aqui se encontram os vinhedos mais altos da área de Montalcino, com uma altitude entre 400 metros e 500 metros acima do nível do mar, dando-lhe os vinhos mais longos e elegantes. Complexos, ricos em buquê, estes vinhos necessitam anos de guarda antes de atingir seu pico, graças a sua acidez natural e tanicidade da casta que vai amaciar ao longo do tempo. É uma área estéril, com um solo de pedra calcária que incentiva as raízes de penetrar profundamente, encontrando assim elementos minerais importantes que adicionam profundidade e complexidade que, juntamente com variação térmica entre o dia e noite, produzem aromas intensos. Muitos produtores importantes estão localizados imediatamente ao sul. Ao norte de Montalcino muitas empresas produzem Brunello sedutores a partir de vinhedos localizados entre a 300 e 400 mt acima do nível do mar, com solo interessante, composto de pedra calcária e argila. Os melhores Brunellos são muito complexos.


Tavernelle e Camigliano:
A área de Tavernelle está localizada a sudoeste de Montalcino, os vinhedos estão situados a uma altitude entre 300 e 350 metros acima do nível do mar e oferecem condições ideais para as uvas. Os melhores Brunello têm uma boa estrutura, profundidade e fruta madura. Indo mais para o sudoeste é a área da Camigliano, que é uma subzona muito árida e quente com uvas que muitas vezes sobre maturam nos vinhedos localizados 130 metros acima do nível do mar.

Castelnuovo dell'abate:
Castelnuovo tem uma mistura eclética de solos de diferentes eras geológicas, com um clima ameno que favorece o correto estado de maturação das uvas e a crista de Montalcino protege a área das brisas abafadas. Aqui o Brunello tem maciez, taninos finos e uma boa longevidade graças à moderada acidez gerada a partir de vinhedos localizados entre 250 e 400 metros acima do nível do mar.

Sant'Angelo:
Sant'Angelo situa-se no extremo sudoeste e é a região mais quente e mais seca de Montalcino. Os Brunellos produzidos na região combinam musculatura e finesse a partir de suas vinhas mais altas localizadas próximo os 300/350 metros acima do nível do mar. 
A maioria dos produtos de Brunello nesta área (40% da produção total de Brunello) origina-se da planície de Sant'Angelo Scalo, apenas sobre o rio Ombrone. As diferenças entre os vinhos desta região e os de Montalcino são notáveis. As temperaturas são bastante altas nos vinhedos mais baixos, onde os solos são uma combinação de argila e depósitos aluviais, resultando em Brunellos muito escuros e ricos em álcool. Estes vinhos devem ser consumidos mais jovens, pois sua baixa acidez não incentiva a guarda.

Fonte: Glocal Vini & Terroir; Consorzio del Vino Brunello di Montalcino
Mapa completo com localização de todas as vinícolas: site Castello Banfi (https://castellobanfi.com/en/sommelier-corner/Brunello-Montalcino@469)

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Chegaram as Cestas de Natal da Casa do Vinho

As esperadas e amadas Cestas de Natal da Casa do Vinho chegaram e já estão disponíveis em nossas duas lojas.

Quer conhecer? Baixe o Catálogo virtual. Leva segundos, o arquivo é leve e pode ser visto até no seu smartphone. Clique AQUI para baixar.




domingo, 19 de novembro de 2017

Safra 2017 na Europa e o que Esperar Dela.

Por Luiza Martini, sócia da Casa do Vinho – Famiglia Martini

O clima na Europa em 2017 se mostrou cheio de desafios para os produtores de vinho.

Primeiro, uma forte geada atingiu a França causando grandes perdas, desde Bordeaux até a Alsácia.

Depois, uma onda de calor intenso foi motivo de muita preocupação. A temperatura, na casa dos 40°C, influenciou diretamente o calendário das colheitas em toda Europa. Em muitos locais as colheitas aconteceram com mais de 15 dias de antecedência.


Na Itália, a região Centro-Sul (Toscana, Umbria, Abruzzo, Puglia e Sicilia) foi a mais afetada. As perdas foram enormes e a queda nos rendimentos deve chegar a 35%. Na França, a queda na produção pode chegar a 30% na região do Languedoc. Em La Mancha, na Espanha, este número pode chegar a 35%.

O verão, muito quente e seco, diminuiu a chance de aparecimento de doenças, já que a maioria delas se associa ao apodrecimento das uvas.  De forma geral, a safra foi menor, porém de ótima qualidade, com uvas saudáveis e boa maturação. Vamos aguardar!

Em Portugal, não foi diferente. As colheitas se anteciparam bastante. Eu pude conferir in loco todo o processo de fermentação das uvas recém-colhidas. O resultado foi positivo e a expectativa é de vinhos de ótima qualidade, dos mais simples aos mais especiais.

Muitas vezes, pensamos em safras boas ou ruins associadas aos vinhos melhores. Na realidade, as safras se refletem ainda mais nos vinhos de base e intermediários. Isso porque os vinhos topo de linha são sempre os que recebem os maiores cuidados, em melhores vinhedos e a melhor seleção de uvas. Ou seja, no geral são sempre bons! Exceções aos raros que quando as condições são muito adversas acabam nem sempre sendo produzidos. Já nos vinhos de entrada e segundos-rótulos, as melhores condições da safra dão resultados bem mais aparentes.


Enquanto aguardamos os vinhos da safra 2017, vamos aproveitando os vinhos deliciosos e prontos para consumo que se encontram em nossas prateleiras!

 

















quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Vinho e Saúde

Que vinho (bebido com moderação) faz bem a saúde, isso todos já sabem. Porém ao buscar os benefícios, qual a melhor escolha?

Alguns vinhos têm níveis mais elevados de elementos que a ciência classificou como benéficos. Você sabe quais são? Nenhum dos clássicos como Cabernet Sauvignon ou Merlot.
Quais as características devemos buscar para escolher o vinho mais ‘saudável’?

- Que seja seco (com pouco ou nenhum  carboidrato);
- Menos alcoólico;
- Com mais polifenóis, particularmente, procianidinas.

Em um vinho, quase tudo que não é água ou álcool é polifenol: tanino, pigmento de cor, aroma, resveratrol, procianidinas e outros cerca de 5.000 componentes de plantas. São os polifenóis que combatem a formação de placas de colesterol nos vasos sanguíneos.

Como os polifenóis são encontrados na casca e nas sementes das uvas, estamos em busca de um vinho cujo mosto ficou mais tempo em contato com as cascas, ou seja, um bom tinto!

E quais são as uvas com maior concentração de polifenóis?

- Sagrantino, uva rara da região da Umbria (Itália);
- Tannat, de Madiran (França), também muito plantada no Uruguai;
- Petite Sirah, da California;
- Marselan, da França, também encontrada na Espanha, China, Argentina, Brasil e Uruguai;
- Nebbiolo, emblemática uva do Piemonte (Itália).

Como outros fatores também vão influenciar no resultado, como colheita e produção, a dica é escolher pelo sabor. Estes vinhos têm mais tanicidade, acidez, sabores frutados e em sua maioria, coloração intensa e um pouquinho de amargor.
Aproveitando as dicas acima, a sugestão da semana não poderia ser outra. Ainda mais se você ainda não conhece esta preciosidade: SAGRANTINO!!!! Ah, dá até para fazer uma degustação vertical e aliar prazer, saúde e conhecimento!





Fonte: WineFolly

sábado, 28 de outubro de 2017

Os Aromas do Vinho

por Luiza Martini

Quem é do mundo do vinho sabe que sentir os aromas é uma das principais etapas da degustação. Sem o olfato não sentimos os aromas nem mesmo os sabores. 

Sua importância na avaliação é crucial! Verificamos aspectos como intensidade, evolução, sanidade e, claro, tentamos identifica-los. Já publicamos aqui uma tabela associando vinhos e aromas para ajudar neste processo. 

Os aromas vão bem além: são capazes de nos transportar no tempo! Podem nos remeter a locais ou momentos diferentes da nossa vida e experiência. Lembranças da infância que muitas vezes só os cheiros são capazes de resgatar.

“Os cheiros foram feitos para ressuscitar lembranças desaparecidas. (...) Um cheiro, um perfume têm, como um vinho, o poder de abolir a ideia de um tempo único e absoluto, o poder de fazer viver um eterno presente” – Jean-Paul Kauffmann

Que tal tentar identificar alguns aromas e, quem sabe, eles possam te levar a uma deliciosa viagem no tempo? 

Ou mesmo construir hoje uma nova memória. Um vinho aromático tomado em boa companhia, numa ocasião especial, pode ajudar a fixar a lembrança deste momento.

Cada um tem uma percepção diferente de aromas. Sejam eles de frutas, flores, tostados, químicos, lácteos, terrosos ou herbáceos. Feche os olhos e aproveite!

A minha opinião sobre dois vinhos:

Neste aqui, o que mais se destaca para mim são os aromas de café moído na hora. Várias as lembranças que vêm daí! Algumas até do tempo que eu ainda nem tomava café... E você? Será que vai perceber a mesma coisa que eu? 



Gosto de tentar identificar aromas em vinhos mais exóticos. Este por exemplo é da uva Fiano, de terroir vulcânico. Achei frutas mais exóticas também. Carambola foi uma delas. E com certeza trouxe lembranças da infância.



segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Baixe Gratuitamente Nossa Revista

Criamos uma revista incrível com dicas para uma viagem enogastronômica inesquecível para o norte de Portugal.

Nela você vai encontrar dicas de lugares maravilhosos para visitar, onde comer, hospedar-se, Quintas para visitação e muito mais.

Clique AQUI e confira!