Por Luiza Martini, proprietária da Casa do Vinho – Famiglia
Martini
Pode parecer paradoxal, mas Matt Kramer, colunista da Wine Spectator, chegou a uma conclusão interessante: a maioria dos grandes vinhos, tintos e brancos, é melhor quando consumidos quando completam 10 anos.
É dito que a maioria dos grandes vinhos fica melhor com mais
de 10 anos. Com toda sua experiência, Matt afirma que eles podem facilmente
chegar a 20 ou 30 anos, mas que não precisam de todo este tempo. As mudanças mais drásticas na produção de vinho começaram
nos anos 70 através do professor de enologia e consultor francês Émile Peynaud.
Os vinhos de Bordeaux até então eram extremamente tânicos e difíceis quando consumidos jovens. Nos anos 80 as mudanças tanto nos processos de produção como no cultivo já haviam alcançado praticamente todas as regiões produtoras. A consequência é que desde então os vinhos passaram a estar ‘prontos’ e maravilhosos já aos 10 anos.
Vinhos como Bordeaux, Barolo, Brunello e
Barbaresco são ótimos exemplos. A regra dos 10 anos não significa que a partir
daí os vinhos começarão a declinar, longe disto. Isto só os deixa mais
acessíveis antes. Ao mesmo tempo os vinhos mais modestos conseguiram ganhar
longevidade. E é daí que vem o paradoxo. Enquanto os melhores vinhos ficam
prontos mais rapidamente, os vinhos mais simples têm se beneficiado com algum
tempo de guarda.
Para poder aproveitar melhor da regra dos 10 anos, lembre-se de ter um local fresco para o armazenamento e seguir boas sugestões de compra. E então, quem sabe você vai ter boas surpresas ao guardar por mais alguns anos um vinho que goste e que não imaginava que seria possível e também ao arriscar tomar aquele vinho que esta na adega sob a etiqueta no tocar pelos próximos 20 anos!
E o melhor de tudo, quantos vinhos ainda estão por ser ‘descobertos’ nas prateleiras. Aproveite!
Sugestões para tirar a prova da regra dos 10 anos:
Casanuova delle Cerbaie Cerbaione DOC - Supertoscano 2004
Região: Toscana/ MontalcinoUvas: 80% Sangiovese Grosso (Brunello) e 20% Merlot.Vinhedos em colina privilegiada, colheita manual.Maturação: envelhecimento em madeira por 16 meses.Denso, encorpado, com caráter de ameixa, frutas vermelhas e cereja. Com taninos finos e, belo final com um toque de couro. Profundo vermelho rubi. Intenso, frutado e redondo com notas de fruta madura. Estrutura marcante, encorpado com distinta personalidade.Harmonização: carnes vermelhas, assados, caças e queijos mais curados.Teor alcoólico: 13,5º
Mocali
Brunello di Montalcino DOCG 2004
Região: Toscana/MontalcinoUva: 100% Sangiovese Grosso (Brunello)Mostra groselha, frutas e flores no nariz. Encorpado, com
muita fruta madura e sabor de passas. Maduro e rústico.Wine Spectator 91 pontos: “Nonariz, groselha, frutas e flores. Encorpado, com muita
fruta madura e sabores de passas. Maduro
e rústico”.Wine Enthusiat 92 pontos: “Carregado com aromas de
groselhas secas, cereja, cassis, terra molhada e flor azul, este Brunello
reflete belamente suas raízes toscanas. Há profundidade e dimensão ao paladar”.O aroma é puro, fresco e acolhedor. Na boca, o vinho
oferece belas qualidades de fruto, reforçado pelo envelhecimento nos grandes
tonéis de carvalho esloveno. O vinho é muito expressivo e muito longo, mesmo
nesta fase inicial, com taninos muito finos, em um final incrivelmente
elegante.Harmonização: Ideal com carnes assadas, guisados, carnes
selvagens, e queijos curados.Teor alcoólico: 13,5°
Brunello di Montalcino DOCG 2004
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