Com a morte do marido, em 1805,
ela teve que assumir o controle da vinícola e graças à sua coragem a bebida evoluiu. E
muito.
Infelizmente
sabe-se pouco sobre a vida dessa incrível mulher por simples falta de
documentação.
Graças
à Veuve Clicquot o champagne passou a ser cristalino. Ela foi a responsável
pela invenção da rémuage e da degola, ou degórgement. Além disso ela concentrou
seus esforços na venda do champagne para a nobreza e a rica burguesia da época.
Não é à toa que até hoje associamos o champagne à elegância e glamour.
Quando as leveduras terminam de comer
o açúcar acabam por morrer e formam um tipo de borra que pode ser facilmente
retirada no caso dos vinhos tranqüilos (não espumantes), bastando para isso
filtrá-los.
Se isso for feito com um vinho
espumante o gás estará perdido.
Veuve Clicquot observou que as leveduras mortas
se depositavam muito lentamente no fundo da garrafa, então inventou um tipo de
aparelho em que as garrafas são colocadas e giradas levemente todos os dias,
ficando cada vez mais inclinadas, de forma que as borras sejam direcionadas até
o gargalo.
Essas
garrafas não recebem então as rolhas com gaiolas inventadas por Dom Pérignon,
mas uma tampa metálica, como as do refrigerante.
Depois que a borra está totalmente
caída no gargalo e o líquido límpido, cada garrafa é colocada em uma solução
congelante apenas na parte do gargalo que contém as borras.
Dessa forma elas
congelam e isso impede que retornem ao líquido “sujando-o” novamente. Em
seguida a garrafa passa pelo processo da degola, ou seja, a tampa metálica é
aberta e o gás expele a parte congelada.
A
parte perdida de líquido na degola é reposta de acordo com o tipo de champagne
que se quer obter. Só depois que a garrafa é novamente preenchida, coloca-se a
rolha de cortiça e a gaiola que permanecerão. Existem
diversos tipos de champagne que vão desde o seco até o muito doce. O líquido
que completa a garrafa é chamado de licor de expedição e contém a dosagem de
açúcar certa para cada tipo de champagne. São eles:
Extra
brut e brut intégral: raros, não têm adição de licor, apenas completa-se a
garrafa com mais champagne.
Brut:
possui 1% de licor.
Extra-sec:
possui de 1% a 3% de licor.
Demi-sec:
é levemente doce e possui de 3% a 5% de licor.
Doux:
champanhe doce, indicado para a sobremesa. Possui entre 8% e 15% de licor.
Hoje
a região de Champagne é uma AOP (Appellation d’Origine Protegée, antiga AOC) e
desde 1927 a
marca é registrada e vigiada com rigor. Nenhum outro lugar além de Champagne
pode chamar seus vinhos de champagne sob o risco de processo. Mas é importante lembrar que existem diversos espumantes ao redor do mundo que são feitos pelo mesmo método, chamado Clássico ou Champenoise.
Se com Don Pérignon aprendemos a beber estrelas, com Veuve Clicquot isso se tornou uma arte sofisticada. Circular pelas caves passou a ser uma experiência divina. Diabólico mesmo é só não poder beber champagne.
Se com Don Pérignon aprendemos a beber estrelas, com Veuve Clicquot isso se tornou uma arte sofisticada. Circular pelas caves passou a ser uma experiência divina. Diabólico mesmo é só não poder beber champagne.
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