Esse vinho é bom?
Essa é a pergunta mais frequente feita aos profissionais do
vinho em lojas e restaurantes. É também uma saia bastante justa.
Vinho bom é o vinho que você gosta, simples assim. Como o
gosto é pessoal e intransferível essa é a única resposta possível.
Não é a resposta que está errada, mas a pergunta!
Não deveríamos perguntar se o vinho é bom, mas se ele tem
qualidade. Se por um lado o gosto é pessoal, a qualidade de um vinho se baseia
em alguns pilares possíveis de serem medidos.
O Equilíbrio é um desses pilares. Não importa se o vinho
custou 10 ou 1000 reais, ele precisa ser equilibrado. Acidez, álcool e taninos
precisam estar em sintonia fina. Nenhum deve se sobressair ao outro.
Os Aromas do vinho devem ser agradáveis, ainda que sintamos
antipatia por alguns deles. Um vinho não deve cheirar a enxofre, acetona ou mofo. Esses são defeitos relativamente comuns e que diminuem drasticamente a
qualidade do vinho.
O vinho não deve ser manipulado ao extremo.
Desde que o vinho existe o homem interferiu em seu processo
de fabricação. Do contrário ainda estaríamos bebendo vinho misturado à água do
mar para torná-lo palatável (você pode imaginar o sabor).
Interferências são necessárias, mas quando elas ultrapassam
os limites do bom senso e visam somente o lucro, transformam o vinho de uma
bela e rica cultura em algo bem próximo à indústria fast food. E sabemos bem
qual a qualidade de um fast food...
Então, antes de perguntar se o vinho é bom, passemos a fazer
a pergunta correta:
Esse vinho é de qualidade?
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