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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Entre taças, Jagaroths e Douglas Adams

Por Gilmara Vesolli - sommelière semi nerd whovian mochileira


Douglas Adams foi um gênio que escreveu a "trilogia de cinco livros" começada com o Guia do Mochileiro das Galáxias (falo um pouco sobre ele aqui).

Por outro lado Doctor Who é a série de maior duração de todos os tempos, tendo recentemente completado 50 anos de uma existência gloriosa. 

Produzidos em terras britânicas, ambos possuem o indefectível humor inglês e um séquito de milhões de fãs espalhados pelo mundo.

É impossível assistir ao Docta Who* e não lembrar de Douglas Adams e seus personagens incrivelmente carismáticos, possivelmente loucos e definitivamente imortais. E vice-versa.

Passei um longo tempo perguntando-me "oh my god! como assim que esse roteiro não foi escrito pelo Adams?!" quando na verdade parte da semelhança se explica porque de fato Douglas Adams participou de muita coisa na série mais incrível de todos os tempos. E uma das participações acaba de virar livro.

O livro é uma mistura muito maluca - como não podia deixar de ser - de autores, roteiro e série. Quem escreveu não foi Douglas Adams, que infelizmente já está morto, mas é indelével a sua pegada, como se o próprio tivesse pego uma carona na TARDIS movida pelo Gerador de Improbabilidades, voltado ao nosso mundo e guiado maravilhosamente o autor de Cidade da Morte.

A História, que se tornou o episódio de Doctor Who mais visto de todos os tempos, passa-se em uma Paris de 1979. E obviamente envolve vinho.

São 43 menções à palavra "vinho" além de 18 "champagne" e uma curiosa descrição de como Dom Pérignon lidou com a descoberta do mais famoso espumante.

Porque é impossível falar da França sem mencionar vinho, ainda que ele esteja entre dobras de espaço-tempo, sendo bebido em latas de atum ou por alienígenas semelhantes à lulas com bom gosto.

A cena em que Romanadvoratrelunda - Romana, para os íntimos - se embriaga de vinho, experimentado pela primeira vez na vida, é especialmente divertida.

Mas ainda mais divertida é a descrição dos parisienses e seu comportamento, as sucessivas viagens, literais e não literais mencionando arte, onde a Monalisa tem um papel de destaque.

Cidade da Morte é um livro para quem gosta de vinho, quem gosta de Física, Arte, História, para quem estava morrendo de saudades de alguma coisa que o mundo perdeu em 2009, quando Douglas Adams nos deixou para retornar não somente à poeira de estrelas, mas voltar a ser uma galáxia toda. E ninguém melhor que o Doctor Who para trazê-lo de volta.



*(tentativa literária possivelmente mal sucedida de imitar o sotaque inglês)

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