Por Luiza Martini, proprietária da Casa do Vinho - Famiglia Martini
Rolhas de cortiça, sintéticas ou tampas de rosca? Qual a
melhor forma de fechar uma garrafa de vinho?
Há aproximadamente 10 anos, o famoso crítico de vinhos
Robert Parker fez algumas previsões para 2015.
Em uma delas, dizia que as rolhas de cortiça iriam ser minoria e que a
Screwcap (tampa de rosca) iria dominar o mercado.
Não é bem isso que estamos
vendo. De fato, o número de garrafas fechadas com a tampa de rosca realmente
aumentou, foi de 3% em 1999 para 27% em 2012, porém as rolhas de cortiça
continuam sendo as preferidas com 56% do mercado (95% em 1999).
As rolhas
sintéticas também aumentaram sua participação, foram de 2% para 17%.
As especulações para a diminuição do uso da cortiça se
baseavam no fato que existir um grande número de rolhas contaminadas por fungos
que transmitiam ao vinho aromas e sabores desagraváveis.
A tecnologia tem
ajudado muito com maneiras mais eficazes de higienização da cortiça. Já existem
hoje rolhas aglomeradas livres de contaminação.
Sempre em busca de inovações, produtores estão investindo
muito na busca de novas tecnologias, para ganhar mais espaço no mercado. Novas pesquisas
apostam no controle dos níveis de oxigênio. Falando de maneira bem simples, o
vinho deve ficar dentro da garrafa e o ar, fora.
Mas, o vinho não deve ficar
totalmente privado do contato do oxigênio para evitar formação de compostos
sulfúricos voláteis. Um pouco de oxigênio é benéfico, mas em maior quantidade
causa oxidação.
Como cada vinho tem uma demanda diferente, existem
alternativas de vedações com diferentes níveis de transmissão de oxigênio. Os
níveis vão do médio, baixo ao extremamente baixo. Aí fica a critério dos
produtores de vinho, que tem mais este parâmetro para trabalhar e deixar o
trabalho um pouquinho mais complexo!
As tampas de rosca ganharam espaço por estarem livres da
contaminação. Produtores de rolhas sintéticas já criaram um novo formato que
dispensa o uso de saca-rolhas.
Alguns consumidores dão preferência à cortiça em
detrimento do plástico e do alumínio quando a questão é sustentabilidade. Os
fatores de escolha são muitos, estes, apenas alguns deles.
O que vemos é uma mudança, porém ela vem acontecendo de
forma bastante lenta. Com tantas pesquisas e novas alternativas surgindo a cada
dia, alguém arrisca prever como será daqui a 10 anos?
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